segunda-feira, junho 26, 2006

Various Artists - No New York (1978)




Muito embora os trabalhos individuais dos artistas compilados pela coletânea em tela estejam hoje amplamente disponíveis, No New York continua sendo a melhor introdução existente para o mefistofélico universo da no wave novaiorquina.

A nobre empreitada nasceu a partir de uma iniciativa de Brian Eno, fascinado com as arrojadas possibilidades estéticas descortinadas por aquela geração de irredutíveis experimentalistas e terroristas sônicos. O ambicioso projeto inicial de Eno previa a inclusão de 10 bandas, num álbum duplo a ser lançado pela Island; o resultado final, mais modesto, consistiu de apenas 4 bandas, cada uma executando 4 faixas, num disco simples lançado pela Antilles, selo subsidiário da Island; felizmente, contudo, as formações reunidas representam o créme de la créme do avant rock estadunidense da época: o turbulento mix de Albert Ayler, James Brown e Captain Beefheart via anarquia punk de James Chance & The Contortions; o noise catatônico da primeira banda de Lydia Lunch, o Teenage Jesus and the Jerks, com seus espasmos de puro ódio e caos sonoro; o terremoto desconstruído das mini-sinfonias industrialistas do Mars; e por fim, as fragmentárias circunvoluções punk jazz de Arto Lindsay e seu DNA.

Em suma: um disco ESSENCIAL para todos os amantes da aventura musical sem limites.


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quinta-feira, junho 22, 2006

|Caterbury Tales| Matching Mole - Little Red Record (1972)

Matching Mole - Little Red Record

Desculpem pelo tempo sem postar, nas duas(?) últimas semanas postei apenas um disco por semana, mas agora pretendo voltar ao normal.

Bem, trago hoje para vocês este belo disco do Matching Mole.
Este é o segundo disco da banda do senhor Wyatt, a qual ele formou logo após deixar o Soft Machine.
Dando uma olhada em alguns desses famosos sites de "progressivo", estou vendo que este álbum geralmente tem uma nota baixa, comparando ao primeiro. Creio eu que, a causa disso seja mais por, sei lá, "falta de poder aquiritivo" - uma vez que este disco é difícil de se encontrar -, do que pela qualidade e beleza em si. O disco segue a mesma linha do primeiro trabalho, nada revolucionário...um som calminho, com vocais bem gravados, etc...tudo que se deve esperar de uma banda de Canterbury, mas ao mesmo tempo tem aquele "algo a mais" que te faz pensar "pois é, Matching Mole é Matching Mole e nada mais".

Baixem.

Nada mais a declarar.

Review in english, HERE

Tamanho: 59 MB

Músicas:

1. Starting in the Middle of the Day, We Can rink Our Politics Away
2. Marchides
3. Nan True's Hole
4. Righteous Rhumba
5. Brandy as in Benj
6. Gloria Gloom
7. God Song
8. Flora Fidgit
9. Smoke Signal

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    quarta-feira, junho 21, 2006

    Loop - The World in Your Eyes (1987)




    Reunindo os singles 16 Dreams e Spinning, com o acréscimo de 4 faixas na versão em CD, a presente compilação sintetiza à perfeição as melhores qualidades do Loop, mestres ingleses da avant noise psychedelia, que atualizaram, via Stooges e Blue Cheer, o legado kraut para a garotada dos anos 80: guitarras transpsicodélicas encharcadas de fuzz e wah wah's emanados diretamente dos mais ignotos confins do Cosmo; percussões catatônicas propelindo atmosferas lisérgicas e obsessivas; drones abissais gerando brumas oscilantes de desorientação sônica. ESSENCIAL!

    (Obs: em virtude de limite de 100 MB por arquivo para upload no RapidShare, infelizmente fui obrigado a limar uma das faixas do álbum em tela; destarte, a música cortada foi Rocket USA, originalmente a quarta faixa do disco, escolha essa ditada pelo facto de tratar-se de uma cover (do Suicide), com o que todas as composições originais da banda presentes em The World in Your Eyes puderam ser preservadas.)


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    segunda-feira, junho 12, 2006

    Flipper - Generic Flipper (1982)




    Em mais um hiato na série que celebra a devastação sônica japonesa, cá estou para homenagear uma de minhas bandas prediletas em todos os tempos: genial Flipper, através de seu avassalador álbum de estréia Generic Flipper (1982), onde o sludgecore noise rock dos caras encontra sua mais rigorosa e sólida manifestação

    Esses norte-americanos da pá virasda decerto não foram a primeira banda a elevar a insuportabilidade latente desde os primórdios do rock’n’roll a seu state of the art; tampouco foram os que a tal mister imprimiram maior radicalismo. Podemos, todavia, afirmar que foram decerto os que lograram tal feito com menos recursos, bem como também desprovidos de qualquer pretensão ‘artística’(os avantêsmicos Electric Eeels, de Cleveland, poderiam ser citados como pioneiros, mas a meu ver seu protopunk ‘grandguignolesco’ envolvia, ainda que por vias transversas, uma certa dose de arrogância e pretensão). O facto é que entre 1979 e 1985 Bruce Lose (vocais, baixo), Will Shatter (baixo, vocais), Ted Falconi (guitarra elétrica) e Steve de Pace (bateria) subverteram completamente os postulados do punk hardcore norte-americano: num cenário onde a não raro improfícua busca pela maior velocidade era a grande meta, a banda deliberadamente desacelerou ao máximo sua música em compasso de mórbido pesadelo slowcore, soterrando-a sob toneladas de microfonia num charco de areia movediça formado por mastodônticos drones de baixo, assim forjando uma espécie de noise rock brutal, inclemente e hipnótico; para usar a irônica analogia de um crítico do NME, um “Black Sabbath para machos”, trocando afetação teatral por descargas concentradas de agressão serial. Não obstante, uma porção significativa de sua insuportabilidade advinha do caráter intratável de seus integrantes, que cultuavam um ethos existencial pejado de niilismo auto-destrutivo numa relação simbiótica com o fascínio / repulsa da audiência. Flipper sempre jogou com extremos, com o irresistível impulso de 'desarrumar o arrumado', 'deixar o vagão correr solto', sempre encontrando mórbido prazer em violar todos os parãmetros do 'bom senso' estético, alojando-se com misantrópica disposição numa dimensão paralela violenta e inóspita, esfera de extravagante alienação voluntária e desorientação militante, encarnando destarte a 'grande recusa', para lançar mão aqui de um termo de Marcuse.


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    sexta-feira, junho 09, 2006

    |Canterbury Tales| Supersister - To the Highest Bidder (1971)

    Supersister - To the Highest Bidder

    Como prometido mais um disco do Supersister.

    Este é o segundo disco da banda, pode-se dizer que segue o mesmo padrão que o primeiro, com a diferença de este puxar mais para o Jazz, com bastantes improvisações.
    O disco "abre" com a "Girl named You", uma das melhores composições da banda...Essa é uam daquelas músicas que, quase magicamente, é impossível esquecer. O tem inicial permanece praticamente nos 10 minutos inteiros da música, com pequenas variações lá pelos 5 minutos, e com um "descanso total" nos últimos dois minutos, com a base instrumental bem calminha e os belos vocais, típicos da banda.

    Logo após vem o "descanso" do disco. "No Tree Will Grow" é uma das faixas que mais me agradam no disco. Ela é meio "sem criatividade", sendo que o tema continua o mesmo na música inteira (nem uma leve mudança, como na faixa inicial), mas os vocais são de uma beleza extrema, e tem uns backing vocals femininos que são de "matar".

    A "Energy" despensa comentários, ótima faixa, e que já termina iniciando a "Higher", faixa com um som típico do Supersister. Calminha, e com belos vocais (acho que é a terceira vez que cito os "belos vocais").

    É isso, pra quem baixou e gostou do Present From Nancy, pegue agora este disco.

    Review in english, HERE

    Tamanho: 50 MB

    Músicas:
    1. A Girl Named You
    2. No Tree Will Grow
    3. Energy
    4. Higher

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  • Senha: stonedguitar.blogspot.com

    |OFF| JPT Scare Band - Sleeping Sickness (1973)



    Dando um tempo na série e para não deixar o blog tão parado posto ae esse discaço pra vocês :)


    Matéria no Whiplash aqui

    Site oficial da banda aqui

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